Cientistas descobrem espécie animal que sobrevive sem reprodução sexual.

 


Até então, cientistas consideravam improvável, senão impossível, que uma espécie animal sobrevivesse sem reprodução sexual em um período de tempo geologicamente longo. Porém, uma equipe internacional descobriu que o antigo ácaro Oppiella nova prosperou por milhões de anos se reproduzindo sem sexo.

Com isso, eles observaram que a minúscula espécie, que tem um quinto de milímetro, passa pelo chamado efeito Meselson, nunca demonstrado antes em animais. Isto é, esse ácaro apresenta um traço característico em seu genoma, que faz com que sua reprodução seja assexuada. A descoberta foi publicada na terça-feira (21), no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A equipe de zoólogos e biólogos de instituições como a Universidade de Colônia, na Alemanha, e a Universidade de Lausanne, na Suíça, coletaram exemplares de O. nova e de uma espécie similar, Oppiella subpectinata, que se reproduz sexualmente. Em seguida, eles sequenciaram e analisaram informações genéticas das criaturas. Os cientistas usaram programas de computador especialmente projetados para analisar os genomas dos ácaros. Assim, eles descobriram que a sobrevivência do O. nova a longo prazo era algo raro no reino animal, porém, possível.

A reprodução sexuada é vista como uma vantagem evolutiva, pois resulta em diversidade genética, já que, nesse caso, dois genomas de seres diferentes se misturam. Já a reprodução assexuada tem como resultado clones genéticos, embora seja possível que variações genéticas surjam durante o processo evolutivo.

O efeito Meselson prevê que haja diferenças nas cópias de genoma de espécies assexuadas, dado que elas podem acumular mutações ao longo dos anos. O efeito permite que a espécie O.nova se reproduza, mesmo que ela seja composta apenas por fêmeas. "Pode haver algum tipo de troca sexual 'enigmática' que não é conhecida. Por exemplo, muito raramente um macho reprodutor poderia ser produzido — possivelmente por acidente”, conta Alexander Brandt, coautor do estudo, em comunicado.

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